Teor em ureia do leite fornecido do DPTA/ILCT
- Alan Frederick Wolfschoon Pombo
- 10 de mar. de 1983
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de fev.
Resumo – Em 185 amostras de leite de mistura foi determinado o teor de ureia do leite fornecido ao DPTA/ILCT mediante p-dimetilaminobenzaldeído. Os leites de 3 regiões de produção mostraram elevados teores em ureia (28 a 40 mg/100ml), enquanto que nas outras regiões o teor foi considerado normal (19 a 28 mg/100ml). A média geral foi de 28,9 mg/100ml com um coeficiente de variação de 25%. O trabalho aponta várias possíveis causas de alto teor de ureia no leite bem como influências sobre esse parâmetro.
Introdução
Em 1980 Erbersdobler e Zucker publicaram que o teor de ureia no leite poderia ser utilizado como um indicador do fornecimento de proteína na alimentação do gado leiteiro. Um excesso no fornecimento de proteína (ou nitrogênio), por um lado, ou deficiências no suprimento energético (carboidratos), por outro, conduzem inevitavelmente a elevados teores de ureia no sangue e no leite do animal leiteiro. As causas fisiológico-bioquímicas que justificam essas mudanças no teor de ureia foram discutidas amplamente na literatura especializada (TIMM et al., 1981; KAUFMANN, 1982; WOLFSCHOON, 1982). Algumas das possíveis influências genéticas e ambientais sobre o teor de ureia no leite foram determinadas nos últimos anos (MARIANI, 1975; JOURNET; REMOND, 1980; VIGNON et al., 1978; WOLFSCHOON et al., 1981); assim, foram apontadas influências da raça, do estágio e número de lactação, da estação do ano, da alimentação e da região. Segundo Kaufmann (1982), essas influências estão relacionadas com a utilização bacteriana de proteína no rume que, por sua vez, é função de energia (e quantidade) contida no alimento. Esse autor aponta que através da alimentação dirigida e controlada do gado, é possível atingir níveis baixos e constantes (~ 20mg%) de ureia no leite, mesmo em vacas com alta produção (> 30l). Esse objetivo é atrativo e interessante para o produtor visto que a determinação do teor de ureia e proteína no leite fornece um parâmetro importante para uma alimentação ótima do gado leiteiro (KAUFMANN, 1982).
Para aplicar essa alternativa de controle da alimentação do gado é necessário estabelecer primeiro qual é o teor normal em ureia no leite (WOLFSCHOON, 1982). O propósito do presente trabalho foi determinar o teor de ureia no leite fornecido no Instituto de Laticínios Cândido Tostes/DPTA-EPAMIG, e apontar causas da variabilidade desse parâmetro.
Referências
ERBERSDOBLER, H.; ZUCKER, H. Harnstoffgehalt der milch. Ein indikator der proteinversorgung von milchkühen. Kraftfutter, v. 63, n. 1, p. 10-12, 1980.
JOURNET, M.; REMOND, B. Influence de l’alimentation et de la saison sur les fractions azotées deu lait de vache. Le Lait, v. 60, p. 140-159, 1980.
KAUFMANN, W. Variation in der zusammensetzung des rohstoffes milch unter besonderer berücksichtigung des harnstoffgehaltes. Milchwiss., v. 37, n. 1, p. 6-9, 1982.
MARIANI, P. Osservazioni sul contenuto di urea e di azoto non proteico nel latte di vaca. Atti. Soc. Ital. Scie. Vet., v. 28, p. 642-646, 1975.
TIMM, H. H.; GRAVERT, O. H.; PABST, K. Zur variation des nicht-proteinstickstoffs in kuhmilch. Kieler Milchwirt. Forsch. Ber., v. 33, n. 3, p. 213-220, 1981.
VIGNON, B.; LAURENT, F.; JOURNET, M. VAriation de la teneur em zoté non proteíque. L’herbe des vaches laitiéres. Ann. Zootech., v. 27, n. 3, p. 303-315, 1978.
WOLFSCHOON, A. F. P. A ureia do leite e sua importância para o produtor. Informe Agropecuário, v. 8, n. 88, p. 10-12, 1982.
[69] POMBO, A. F. W.; LIMA, A. de. Teor em ureia do leite fornecido no DPA/ILCT. Rev. Inst. Lat. Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 38, n. 226, p. 19-22, março-abril de 1983.